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O preço da espera: quanto custa deixar o imóvel irregular por mais um ano

5 pontos para descobrir quanto custa deixar o imóvel irregular por mais um ano

Deixar o imóvel irregular pode custar caro: entenda os riscos jurídicos, financeiros e familiares de não registrar a escritura no cartório e saiba como regularizar seu imóvel com segurança.

A conquista da casa própria é um dos maiores sonhos de muitas famílias brasileiras.
Mas o que poucos sabem é que um imóvel sem registro no Cartório de Registro de Imóveis não pertence, de fato, ao comprador — mesmo que já esteja quitado.

Muitos clientes chegam ao meu escritório sem imaginar que vivem apenas como possuidores de um bem, e não como proprietários perante a lei.
Essa situação é comum em contratos de gaveta, heranças não registradas e divórcios sem partilha formalizada.

Neste artigo, explico quanto custa deixar o imóvel irregular, quais os riscos jurídicos e financeiros envolvidos e como regularizar sua propriedade antes que o tempo e a burocracia custem caro ao seu patrimônio.

1. O contrato de compra e venda não transfere a propriedade

Um dos maiores equívocos no mercado imobiliário é acreditar que assinar um contrato de compra e venda — mesmo registrado em cartório — já garante a propriedade.

👉 Errado.
O contrato de compra e venda gera apenas direitos e obrigações entre comprador e vendedor, mas não transfere a propriedade.

A propriedade só se consolida com a escritura pública (quando exigida) e, principalmente, com o registro da escritura na matrícula do imóvel.
Sem esse registro, você é apenas possuidor, e não dono perante a lei.

2. Riscos reais de manter o imóvel irregular

Cada ano de atraso na regularização aumenta o risco de perder o imóvel, mesmo que ele esteja quitado.
Veja alguns exemplos práticos:

  • Venda duplicada: o vendedor pode negociar o mesmo imóvel com outra pessoa; se ela registrar primeiro, a propriedade será dela.

  • Penhora judicial: se o antigo proprietário tiver dívidas, o bem pode ser penhorado e levado a leilão.

  • Fraudes e golpes: imóveis não registrados são os alvos preferidos de estelionatários.

  • Impedimento para vender ou financiar: sem matrícula regular, nenhum banco aprova financiamento.

  • Custos crescentes: taxas, ITBI e honorários tendem a aumentar com o tempo.

🕰️ Em resumo: cada ano que o imóvel permanece irregular pode significar mais despesas, mais riscos e menos segurança jurídica.

3. Registro, tributos e segurança patrimonial

Regularizar um imóvel envolve custos imediatos, mas garante economia e segurança no longo prazo.
Entre as principais despesas:

  • ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis) — devido na compra e venda;

  • IPTU e taxas municipais — pendências impedem o registro;

  • Débitos condominiais — podem gerar ações judiciais e bloqueios.

Ignorar essas obrigações é o mesmo que deixar dinheiro e tranquilidade na mesa.
Além disso, custos de cartório e tributos aumentam a cada ano, tornando a espera ainda mais cara.

Leia também: Os 5 sinais de alerta de um imóvel irregular: como saber se um imóvel tem pendências judiciais antes da compra

4. Imóveis de herança e divórcio: o erro mais comum

Muitos imóveis permanecem anos irregulares por falta de registro do formal de partilha.
Isso acontece tanto em inventários quanto em divórcios, quando as partes acreditam que o processo em si já garante o domínio do bem.

Na prática, enquanto o registro não é feito, o imóvel continua em nome do falecido ou do casal, impedindo:

  • venda ou doação;

  • registro de novos contratos;

  • regularização fiscal;

  • e até defesa em processos judiciais.

O custo da espera aqui é emocional e financeiro: herdeiros brigam, negócios são perdidos e o patrimônio familiar fica vulnerável.

5. Como evitar prejuízos: a importância da due diligence imobiliária

A due diligence imobiliária é a etapa preventiva mais inteligente antes de qualquer compra, venda ou regularização.

Esse procedimento, conduzido por um advogado especialista em Direito Imobiliário, avalia:

  • matrícula e histórico do imóvel;

  • certidões pessoais do vendedor;

  • débitos e riscos ocultos;

  • restrições ambientais ou judiciais.

Essa análise evita litígios e garante que o comprador invista com segurança — sem surpresas após o fechamento do negócio.

Conclusão: o preço da espera é alto demais

Deixar o imóvel irregular pode parecer uma economia agora, mas custa caro com o tempo: aumenta o risco de perda, multiplica custos e fragiliza seu patrimônio.

Se você comprou, herdou ou recebeu um imóvel em partilha e ainda não o registrou, não adie mais esse passo.
A regularização é o que transforma a posse em propriedade de verdade.


Sobre a autora

Sou Dra. Fiama Souza Valente, advogada especialista em Direito Imobiliário.
Auxilio famílias e investidores a comprar, vender, herdar e regularizar imóveis com segurança jurídica, garantindo tranquilidade e proteção patrimonial.

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